quarta-feira, 29 de junho de 2011

Querido ex-amor...

Obrigada por finalmente ter saído da minha vida. Nossa relação já não era mais vantajosa, devido à sua falta de reciprocidade.
Chorei muito, querido. E esperei muito também. Perdi tempo, porque talvez nem te quisesse tanto assim. Na verdade, nunca saberei ao certo sobre isso...
Mas, diga-me como andas ?  Ouvi dizer que estás feliz. Minhas sinceras felicitações à sua nova vida. Espero que tenha encontrado algo que costumamos procurar muito. Talvez você nem tenha procurado muito, afinal eram elas que te procuravam, não é mesmo ?! O que um rostinho bonito faz...
Meu querido, escrevo-lhe com uma especial finalidade: te agradecer. Obrigada por ter me dado um pé na bunda. Por ter me feito sofrer e por ter deixado eu fazer mil e uma idiotices pela sua pessoa. Obrigada por ter me ignorado, por ter sido frio, por ter fingido que nada tinha acontecido.
Se não fosse por você, meu bem, talvez eu não tivesse aprendido a dar valor a certos momentos. Dar valor a certas pessoas. Eu não teria aprendido a ser menos ciumenta. Aprendi a suportar com mais firmeza a amarga dor de um adeus!. É um aprendizado importante, queira saber. E está realmente me sendo útil.
É com enorme felicidade que compartilho com você, a sua insignificância para com a minha pessoa. Todas aquelas lágrimas eu enxuguei. O sorriso voltou. E o melhor de tudo é que você não é o motivo dele.


Abraços carinhosos, de quem diz adeus com o maior prazer...


imagem: we♥it


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Amizade-amor.

Não fazia muito tempo que estavam juntos. Ela não sabia nem definir o que estava realmente acontecendo ali, mas nem se importava com isso.
As ligações passaram de minutos a horas. Os abraços eram mais envolventes e protetores, talvez até meio possessivos. Os beijos já não eram mais no rosto. Mas de todas as mudanças, a que definiu o indefinido, foi o olhar.
Já não eram mais olhos vagos. Olhos que não se encontravam. Agora, eram olhos de quem queria enxergar mais. Enxergar uma ingenuidade, uma sinceridade, uma simplicidade. Olhos que se encontravam e esqueciam de todo o resto.
Ela estava esperando por isso já fazia tempo. Esse conforto, essa segurança. Ela estava esperando por ele, mas nem sabia disso. E ele estava tão perto... ali ao seu lado o tempo todo.
Ele a abraçou forte. Ficaram em silêncio por algum tempo. Os dois tinham isso de esperar. Esperar nem se sabe direito pelo quê. Era uma serenidade compartilhada. Compartilhar era a palavra certa pra eles. Compartilhavam todo um mundo, com seus problemas quase-impossíveis de serem resolvidos.
Mas existia outro tempo. Outro mundo. Um mundo só deles, em que problemas eram censurados. Era um mundo mais doce, mais simples. Era ali que eles viviam igual àqueles filmes de romance. Flores que não murchavam, fotos em preto e branco e sorrisos de felicidade plena.
Ele a olhou com aquele mesmo olhar de admiração, dessa vez, com uma firme certeza. Certeza de quem sabia o que queria. Ou melhor, quem queria.
Ele a queria. E ela sabia disso.



imagem: we♥it